VII

Hilda Hilst

Lembra-te que há um querer doloroso

E de fastio a que chamam de amor.

E outro de tulipas e de espelhos

Licencioso, indigno, a que chamam desejo.

Não caminhar um descaminho, um arrastar-se

Em direção aos ventos, aos açoites

E um único extraordinário turbilhão.

Por que me queres sempre nos espelhos

Naquele descaminhar, no pó dos impossíveis

Se só me quero viva nas tuas veias?

VII

Translated by Laura Cesarco Eglin

Remember there’s a fondness of pain

and ennui that they call love.

And one of tulips and mirrors

licentious, unworthy, that they call desire.

To not walk the walkway of wrongdoing, groveling

toward the winds, the lashes

and a single extraordinary maelstrom.

Why do you always want me in the mirrors

in that walk of wrongdoing, in the dust of what’s impossible

if I only want myself alive in your veins?

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